Restauração do Centro Cultural de Itapetininga é iniciada
terça-feira, 25 de setembro de 2012As obras de restauração do Centro Cultural e Histórico “Basílio Ayres Aguirre”, em Itapetininga, foram iniciadas neste mês de setembro. De acordo com o secretário de Cultura e Turismo de Itapetininga, Marcos Terra, o processo é executado por restauradores profissionais já que o objetivo da ação é a preservação do local como um todo. O trabalho está sendo feito por uma empresa de engenharia, além de restauradores do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial). A restauração do prédio teve o valor orçado em R$ 309.922,99.
Segundo o professor Júlio Barros, restaurador do Senai- Sorocaba e membro do Núcleo de Preservação do Patrimônio Histórico, responsável pela obra do Centro Cultural e Histórico de Itapetininga, o objetivo dessa obra, além de recuperar fisicamente o Centro Cultural e Histórico, dentro das normas técnicas internacionais, é trazer também a discussão da importância da preservação do meio ambiente cultural , que é o patrimônio histórico. O especialista ressalta que a proposta de intervenção no Centro Cultural é de restauração e preservação e não de reforma, mesmo porque é um trabalho que depende de muito estudo e é feito cautelosamente.
O prédio histórico da cidade terá as características originais mantidas. Além disso, deverão ser recuperar áreas danificadas, devido as reformas ocorridas ao longo dos anos sem planejamento.
O secretário Marcos Terra explica que as obras serão dividas em três fases. A primeira, que já teve início e deve ser concluída em três meses, será a reforma do telhado, piso superior e as paredes de taipa de diversas salas. Segundo ele, a madeira usada originalmente é de excelente qualidade, mas as utilizadas nas reformas posteriores eram de baixa qualidade, pegaram cupim e comprometeu grande parte do prédio. As duas fases seguintes do projeto deverão contemplar a fachada do espaço e uma readequação do seu uso. “Em reformas passadas, simplesmente foram rebocando” as paredes com cimento e dando mãos de tinta, o que é errado para um prédio construído de taipa”, afirma.
História do local
O Centro Cultural e Histórico de Itapetininga foi o primeiro prédio público da cidade. Documentos de 1854 dão conta de sua existência. O local foi destinado inicialmente à cadeia. Com apenas o pavimento térreo, todo em taipa de pilão, o imóvel possuía três celas de prisão, uma cela de prisão forte, uma sala de comando da guarda e um saguão interno.
Com a criação da comarca de Itapetininga em 1852, tornou-se necessária a construção de uma sede para o poder judiciário, o Fórum. Entre 1855 e 1862, a Câmara Municipal fez inúmeros pedidos para a construção do prédio próprio para a justiça e para o próprio legislativo.
Com os pedido, ficou decidida a ampliação do prédio. Assim, o prédio da cadeia recebeu um novo andar. A reforma foi autorizada pelos deputados provinciais e concluído por volta de 1877, com as mesmas características no andar inferior e sala da Câmara, arquivo da câmara, sala particular, duas salas livres, sala do juiz e sala de audiência, além de um saguão no andar superior.
Com a saída do poder judiciário e da cadeia em 1906, o local passou a ser sede da Câmara e Prefeitura de Itapetininga até o ano de 1989. O local se transformou no Centro Cultural em 1991. As salas foram divididas para abrigar peças raras do ex-presidente Júlio Prestes. O espaço também oferece oficinas musicais e exposições de artistas.
Fonte: G1
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