Alta do diesel encarece a produção agrícola na região de Itapetininga
segunda-feira, 29 de abril de 2013Agricultores da região de Itapetininga reclamam que os dois reajustes seguidos no preço do óleo diesel provocaram aumento no custo da produção. Eles dizem que o combustível já subiu mais de 10% em 2013. O principal reflexo está no transporte na cidade de Itapetininga.
O gerente administrativo de uma transportadora da região, Cláudio Medeiros, conta que a empresa consome aproximadamente 30 mil litros de diesel por mês para os caminhões que fazem fretes para produtores rurais da região. Com o reajuste do combustível, a entrega de mercadoria também ficou mais cara. “Interferiu no preço porque isso agregado ao valor do transporte. Um frete de entrega de soja ou milho até o porto de Santos, por exemplo, que custava R$ 45 a tonelada, passou para até R$ 55”, comenta.
Medeiros afirma que, em um mês, o litro do combustível que ele comprava passou de R$ 1,98 para R$ 2,90. “São pelo menos R$ 3,3 mil a mais nas contas, mas só a metade disso é repassado aos clientes. Esse aumento quem vai pagar é quem está comprando. Nós estamos simplesmente repassando o valor, mas não podemos colocar todo o aumento porque podemos perder o mercado do transporte. Fica muito concorrido”, explica.
O preço do combustível não interfere apenas no frete. Em uma propriedade rural, por exemplo, o diesel é usado no processo todo com tratores e outras máquinas agrícolas. O produtor rural Reginaldo da Costa afirma que, de setembro de 2012 até março de 2013, os gastos já somam 20% a mais. Ele arrendou terras para a safrinha do milho, mas tem que controlar os gastos.
O agricultor afirma que desde as primeiras horas do trabalho o diesel é usado. “Você funciona as máquinas e já está gastando. Tem que pensar no gasto com o diesel ao trabalhar a logística da produção como, por exemplo, trazer os insumos até a propriedade e depois também as máquinas usadas no manejo da lavoura em si com a aplicação de herbicida, fungicida, adubos e até na colheita. Tudo isso faz aumentar o valor de alqueire”, explica.
Costa também afirma que não pode repassar todo o custo no valor final do produto, portanto, precisa diminuir a margem de lucro e usa uma estratégia para não entrar no vermelho. “Cada vez mais estamos procurando trabalhar com o plantio direto. Assim a gente economiza com consumo de herbicida por causa da palha, além de protege o solo e economiza combustível”, finaliza.
Fonte: G1
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