Atendimento médico no HR não agrada moradores de Itapetininga
quarta-feira, 19 de junho de 2013Termina nesta quarta-feira (19), o prazo dado por funcionários do Hospital Regional da Cidade Itapetininga para que a prefeitura se manifeste a respeito de pendências trabalhistas relativas ao Instituo Varti, entidade que geria o HR até o início de junho.
Os trabalhadores temem ficar sem receber.
Enquanto isso, o atendimento oferecido no hospital na cidade Itapetininga continua sendo alvo de reclamações, principalmente em relação à demora no atendimento e falta de médicos.
A trabalhadora rural Iracema Joaquim conta que não há médicos para atender toda a população. A mãe afirma que a filha dela, de oito anos de idade, está há dias sem dormir por causa de uma forte gripe. Nesta terça-feira, pela terceira vez, teve de voltar ao pronto-socorro. “Estão faltando muitos recursos. O hospital já foi bom, mas hoje em dia não está satisfatório”, diz.
Atualmente, uma comissão criada pela Secretaria Municipal de Saúde passou a assumir a responsabilidade da administração da unidade médica. De acordo com a prefeitura, não há prazo para que uma nova empresa seja contratada.
Funcionários
Enquanto os moradores reclamam do atendimento, funcionários cobram da prefeitura uma posição sobre a situação trabalhista. Nesta segunda-feira (17), foi realizada uma reunião a portas fechadas com funcionários, sindicato dos trabalhadores da área da saúde e a comissão. Os trabalhadores reivindicaram o pagamento das cestas básicas, atrasado em dois meses. O reajuste salarial de 7,6%, previsto para o mês de maio e a rescisão do contrato, que não foi feita pelo instituto.
Entenda a situação
Atualmente, o HR é administrado pela prefeitura depois de rescisão de contrato com a entidade que geria a unidade, o Instituto Varti. O instituto deixou a administração do hospital no último 6 de junho. O instituto tinha um contrato emergencial com o município desde janeiro de 2010, mas, segundo a prefeitura, irregularidades nas prestações de contas foram encontradas o que teria acarretado o fim do convênio.
A prefeitura procura nova entidade para assumir o hospital de forma emergencial. Uma das entidades convidadas para assumir a gestão é o grupo São Camilo. Representantes da empresa médica estiveram na cidade no início do mês para uma avaliação. Eles têm um prazo de 90 dias para dar a resposta final.
Em entrevista, Di Fiori explicou que nesse período em que aguardam a resposta do São Camilo há a possibilidade de contratar uma outra empresa temporariamente para assumir o HR. “Estamos avaliando essa possibilidade. Caso isso aconteça vamos optar por uma empresa que não nos dê prejuízo. Se algo der errado, cancelamos o contrato como foi com a empresa antiga”, afirma.
Impasse Administrativo
O impasse sobre a administração do HR ocorre desde dezembro de 2012 quando a unidade era administrada por uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), o Sistema de Assistência Social e Saúde (SAS). O SAS foi denunciado por suposto desvio de verba publica.
O SAS estava à frente da unidade desde 2007. A entidade era responsável por todas as atividades, desde a contratação de funcionários até a distribuição dos recursos repassados pela prefeitura de Itapetininga e pelo governo do estado.
Em dezembro de 2012, os problemas na administração começaram a aparecer. Investigações feitas pela polícia e pelo Ministério Público apontaram os possíveis desvios de dinheiro que deveria ser investido na saúde. Representantes da Oscip estariam desviando dinheiro por meio de notas frias e superfaturadas, além de contratos fraudulentos.
Durante a operação Atenas, feita pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a da delegacia antissequestro de Sorocaba (SP), dez pessoas foram presas. Todas ouvidas e liberadas. Após as denúncias, a prefeitura rescindiu o contrato com o SAS e assumiu a administração.
Com a mudança de prefeito em janeiro de 2013, o atual chefe do executivo, Luis Di Fiori, entregou a gestão da unidade hospitalar ao Instituto Varti por meio de contrato emergencial que foi renovado e ficaria em vigor até julho, período este em que a prefeitura deveria definir licitação para contratar uma entidade interessada em administrar o hospital. No entanto, em 3 de junho, o Instituto informou que estava desistindo do contrato e que ficaria à frente da gestão até 30 de junho, ou seja, o contrato seria cancelado um mês antes do previsto.
Fonte: G1
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