Artista de Itapetininga produz obras reconhecidas no exterior
quarta-feira, 5 de outubro de 2011Ela é autodidata, diz que já “nasceu pintando”, tem obras nos Estados Unidos e Europa e acaba de ser convidada para participar de mais um catálogo de artes plásticas, com expoentes da pintura no Brasil. Tais façanhas, podem ser interpretadas como talento, sem problemas. O que chega a causar estranhamento, é como a artista plástica Claudia Cleto, 46 anos, natural da cidade Itapetininga mas que há 10 anos mora em Sorocaba, consegue conciliar a rotina de produção contínua, com uma agenda bastante tumultuada de professora em escolas públicas e particulares de Sorocaba.
“Comecei a substituir em escolas mas sem querer dar aulas, no fim, nunca mais saí da sala”, explica ela, que comemora a recente mudança no currículo do ensino de Artes, que hoje permite que o professor trabalhe de uma forma mais intensa e prazerosa o tema, tanto para o educador quanto para o aluno.
E é um meio as obrigações da docência, que arruma tempo para criar seus quadros, sempre explodindo em cores vibrantes. “Sou apaixonada por cores, é o meu diferencial”, defende ela. Se bem que nem precisava de uma defesa, basta analisar rapidamente as obras da artista para perceber que os tons quentes, principalmente o vermelho, são os preferidos.
Entre paisagens bucólicas, retratos de pessoas, imagens abstratas, sobressaem as flores, em diversas leituras de bromélias e rosas, as prediletas da artista.
Pinceladas na memória
Para além da imagem em cores, Claudia guarda em cada traço dos quadros histórias que rememora a cada olhada. “Este tem uma história legal”, avisa ela na apresentação de cada obra. E não trata-se de exagero; ela remete a cada quadro uma lembrança. Mesmo assim, não questione o total de obras que já produziu, ela não sabe. “Nunca contei, mas foram muitas”, fala ao enfocar que algumas delas já atravessaram fronteiras, e estão nos Estados Unidos e na Inglaterra. “O que está em Miami foi encomendado por uma pessoa que é natural de Caracas mas mora nos Estados Unidos, como gostou da minha pintura e das minhas cores, pediu para que reproduzisse ruas de Caracas para que se lembrasse do passado”, conta ela, que apenas não se sente muito à vontade na produção de retratos. “Eu até faço, mas as pessoas têm a expectativa da perfeição, o que te prende muito na imagem. Mas o artista não copia, cria, então me sinto um pouco amarrada”, desabafa.
No Brasil, além de sua casa, é possível encontrar suas obras em galerias paulistanas, como a conceituada Mali Villas-Bôas. A galerista gostou tanto das cores e traço de Claudia que ainda a convidou para participar de seu primeiro catálogo de artistas, lançado este ano.
Depois do sucesso com o catálogo de Mali, a artista foi recentemente convidada para participar de outro catálogo. “Mas este é mais grosso e tem maior visibilidade, além de homenagear artistas consagrados”, orgulha-se a artista que tem o talento do desenho e da pintura no “DNA”. “Tanto do lado do meu pai quanto da minha mãe há muitos bons desenhistas. Eu mesma me lembro de, ainda pequena, ver meu pai pintando paisagens bucólicas em telhas. Mas ninguém seguiu carreira”, recorda ela, que enquanto não conclui seu site, disponibiliza a imagem dos seus quadros na página do Facebook.
Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul
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