Linha férrea sem proteção preocupa moradores em Itapetininga
terça-feira, 6 de novembro de 2012A linha férrea que está instalada em Itapetininga (SP) corta 11 pontos da cidade com passagens de nível. Por esses locais circulam carros e pedestres, no entanto, não há cancelas automáticas que bloqueiem a circulação durante a passagem das locomotivas e vagões.
Sinalização nos locais existe, mas segundo o secretário de trânsito da cidade, Josué Alvares Pintor, não é respeitada. “Essas passagens são problemáticas. Compete ao motorista estar atento e observar a sinalização”, comenta.
A sinalização em torno dos trilhos é de responsabilidade do município. O secretário explica que no momento a implantação de cancelas automáticas é inviável devido ao alto custo. “Nós deveríamos ter um sistema de sinalização para retenção tanto da passagem de pedestres como de veículos, mas não temos”, comenta Pintor. Ele ressalta que o projeto de transposição da linha férrea no município está em andamento e deverá melhorar a situação. “Essa transposição deverá ocorrer a partir da altura do Distrito do Morro do Alto, passando ao norte da cidade e ligando ao bairro Curuçá. Esse projeto existe exatamente para tirar os trilhos das ruas”, comenta.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) irá supervisionar o projeto de transposição. O processo de licitação foi autorizado. O DNIT ainda irá coordenar o Estudo de Viabilidade Técnica Ambiental (EVTA).
Enquanto os trilhos ainda passam por locais de tráfego na cidade, moradores afirmam preocupação. “O trem apita, mas com o movimento e barulho do motor dos carros, principalmente em caso de ônibus e caminhão, o motorista pode não ouvir o apito”, comenta um morador.
De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) , a linha férrea é sempre preferencial. Parar com carros sobre os trilhos ou bloquear o local é infração gravíssima e o motorista pode receber sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), além de pagar multa.
Proteção dos trilhos
Em Sorocaba (SP), a malha ferroviária que passa pela região começa a ser protegida com a instalação de telas. A implantação das cercas é uma exigência do Ministério Público que fez um acordo com a empresa prestadora do serviço ferroviário, a América Latina Logística (ALL).
Segundo a empresa, para Itapetininga não há previsão para instalar cercas em torno da linha férrea. A concessionária informa ainda que esse tipo de ação é ineficaz porque na maioria dos casos a população acaba destruindo os alambrados.
Sem a proteção, o acesso aos trilhos fica aberto. Na cidade é possível observar pessoas que usam os trilhos como rotas para caminhar até outros pontos da cidade. No trecho entre o centro da cidade e a Vila Santana, um vagão parado se tornou local de brincadeira para crianças.
Na cidade existem 65 quilômetros de linha férrea. A estação foi inaugurada em 1895 para transporte de passageiros. Atualmente o sistema férreo é destinado ao transporte de cargas.
Fonte: G1