Sem mercado, laranjas apodrecem na região de Itapetininga
segunda-feira, 12 de março de 2012Os produtores de laranja da região de Itapetininga, no interior de São Paulo, foram atingidos pelo efeito do corte de exportação do suco da fruta ao mercado norte americano.
O veto à exportação foi devido a constatação de contaminação em sucos concentrados que eram enviados aos Estados Unidos. Os produtores brasileiros usam um fungicida proibido naquela país.
Como o produto deixou de ser escoado no mercado internacional, houve saturação de laranjas no mercado interno. Quem não conseguiu negociar toda a safra, agora prefere deixar o fruto apodrecer nas árvores.
Osni Hessel é administrador de uma propriedade produtora de laranja na cidade de Tatuí. Ele afirma que a colheita da laranja agora está parada. Segundo ele, 60% da produção será perdida. Osni conta que as produção colhida, está estragando em caixas no barracão de armazenamento. “Faltam compradores. A indústria de beneficiamento alega que o estoque dela está muito alto. Como o mercado externo está parado com a compra de suco, as indústrias não escoam o estoque. Assim, as beneficiadoras pararam de comprar a matéria prima. Isso tem efeito que chega à produção no campo, nos pés de laranja, que estão carregado. Não temos para onde mandar a safra”, afirma.
Em outra propriedade em Itapeva, a situação é parecida. No local foram cultivados 250 hectares de laranja. Sem mercado para a venda, os frutos deixaram de ser colhidos. Com isso, toneladas de laranja estão espalhadas pelo chão. Segundo o administrador João Dias, 220 mil caixas foram vendidas. O restante da produção, que encheria cerca de 15 mil caixas, ficará no campo. O administrador afirma que não tem mais para quem oferecer o fruto.
Os produtores têm receio de que a situação piore. Em abril começa uma nova safra de laranja, com produção muito maior do que a que está sendo colhida agora, em época de entressafra. “A nossa preocupação não é com esses 15 mil que estamos perdendo, mas sim com os 250 mil da próxima safra”, afirma João Dias.
Fonte: G1
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